Drones são aposta para o setor de segurança e monitoramento
(ANSA) – Criados originalmente para propósitos militares, atualmente os drones podem ser usados em diversas áreas, como na segurança e monitoramento. Os equipamentos chegaram ao Brasil em meados de 2013 e, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 62 mil drones já estão registrados no país – a expectativa do setor é que este número aumente futuramente.
No ramo da segurança, os drones têm sido suados para tentar tornar mais rápida e eficiente as operações, já que a aeronave não tripulada pode monitorar áreas grandes e de difícil acesso.
Além disso, alguns equipamentos conseguem até se comunicar em tempo real com a central de monitoramento. Em entrevista à ANSA, Alexandre Nuevo, CEO da Drone Visual, disse que as aeronaves possuem “diversas vantagens” para o setor de segurança e seu uso reduz os riscos aos funcionários envolvidos, que se expõem com menos frequência em cada operação.
“Os drones são elétricos, não poluem e são embarcados com muita tecnologia, além de trazerem um resultado final com melhor qualidade. A tecnologia elimina a logística das operações atuais, facilita os processos de análises e risco, diminuindo custos envolvidos com mão de obra”, afirmou Nuevo.
O representante da Drone Visual ainda revelou que a chegada de novas tecnologias “vai aumentar a eficiência e diminuir os custos” dos equipamentos. Segundo ele, a estimativa global de crescimento para o setor de drones “vem crescendo ano a ano”.
De acordo com Tiago Jonaitis, head da G4S Engenharia, o uso da tecnologia “tem muito a que ser explorado”, mas não possui dúvidas de que o segmento irá “explodir” futuramente.
“A utilização é primária, pois ainda é nova. É um mercado sem volta, mas tem tudo para explodir [de sucesso]. Os drones para vigilância são extremamente importantes”, disse Jonaitis à ANSA.
Já Reinaldo Colares, sócio-diretor da Horus Geo, seguiu chegou a comparar os drones com aplicativos para celular, pois, em sua avaliação, os equipamentos serão em breve usados para diversos fins.
“Drone veio para ficar. Acredito que daqui a um tempo deverá ser utilizado para tudo. Ele é eficiente, pois não expõe o policial ou o segurança nas operações”, destacou Colares à ANSA.
Entre as instituições, as Polícias Militar e Civil do Espírito Santo usarão cerca de oito drones para ajudar os agentes a fazerem a segurança durante o verão de 2020 em 14 municípios do estado. Já o Exército brasileiro confirmou à ANSA que também usa a tecnologia em suas operações.
“No Exército Brasileiro, os VANT (veículos aéreos não tripulados) são utilizados integrando sempre o Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (Sarp), que servem para melhorar o conhecimento da situação-problema por parte do comandante do escalão, ao qual ele deve apoiar. Uma aeronave não tripulada deve, dependendo de sua categoria, exigir de seu piloto uma gama de qualificações”, informou o Exército.
Por lá, as aeronaves não tripuladas são usadas em vários setores, como para busca e salvamento, cartografia, inspeções de obras e monitoramento de áreas patrimoniais. No entanto, apesar das boas expectativas do setor, os drones ainda exigem um certo nível de atenção para evitar falhar, como falta de habilitação técnica, por exemplo.
Para o especialista em segurança pública Fábio Ramazzini Bechara, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, os equipamentos precisam ser constantemente monitorados e submetidos a um sistema de comando e controle.
Alguns lançamentos de drones e novidades do setor poderão ser vistos no próximo ano, entre 14 e 16 de abril, na 23ª edição da Exposec, maior feira de segurança eletrônica da América Latina, em São Paulo, evento organizado pela Cipa Fiera Milano.
“A tecnologia acelera os processos de tomada de decisão, simplifica o reconhecimento de problemas, permite uma atuação mais preventiva e preditiva de crimes por meio do reconhecimento de padrões comportamentos, indicativos de risco da prática de um crime que, se identificados com antecedência, aumentam a probabilidade da sua não ocorrência”, finalizou Bechara à ANSA.(ANSA)
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